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João Motta

Vale a Pena - A Obra de Nuno Afonso

Atualizado: 11 de jun. de 2019


Publicado : 2011-12-28


Está a decorrer em Lisboa até ao dia 6 de Janeiro uma exposição de pintura onde o espírito é palpável. O artista através de profunda reflexão sobre o sentido da vida oferece-nos imagens surpreendentes e poéticas da vida de vários santos cristãos e do Cristo. A sua técnica é muito trabalhada e consegue transmitir a consciência que anima as obras.

Mas, melhor que falarmos dela, demos antes a palavra ao artista e a um grande escritor e poeta, António Barahona:

Afirma este último que, na arte e poesia actual, reduzidas a uma espécie de morno quotidiano, dir-se-ia que a poesia e a arte fecham horizontes, em vez de os escancarar e diminuem o homem em vez de o engrandecer.

É por isso que o Movimento Despertar Portugal apoia artistas e escritores como estes, pois também para nós, a arte e poesia actuais estão esvaziadas de sentido, tendo perdido o contacto tanto com o divino como com o humano.

Assim, respigamos algumas frases do texto escrito por Nuno Afonso no catálogo:

Vivemos o momento ininteligível em que o dinheiro, após destruir todo o sentido da arte, e a reduzir a negócio, começa a adquirir o aspecto paródico da religião, e parece ambicionar competir com Deus para se transfigurar em providência imanente que ?governa o mundo.O encontro entre espiritualidade e resistência artística ?Contrariamente às profecias falaciosas do materialismo do século XIX, a religião não desapareceu ? e estamos a viver a hora em que a arte deve tomar partido nessa misteriosa persistência...Agora, no triunfo da Plutocracia, de acordo com a sua publicidade, só existe um mundo único, o económico; e esta situação estadística tem profundas implicações para a axiomática do dinheiro como entidade virtual misteriosa (autónoma, divinizada e todo-poderosa), universo de significado total. A arte moderna desejou ser insubmissa, crítica, perpetuamente inovadora ao mesmo tempo que assimilada, aceite, integrada, consumida. Devemo-nos render à evidência: esta forma de arte já não se opõe a nada, é conivente com o totalitarismo de mercado.É equívoco redefinir a arte privando-a da sua aura, esse fundo metafísico, ético e religioso, sobre a qual foi pensada a diferença entre a obra de arte em relação ao mundo, tendo como razão a distinção entre sagrado e profano; esta desmitificação, relacionada com o aparecimento da reprodução técnica, acaba por reduzir a arte ao nível da realidade mais insignificante, transformando-a em mero instrumento de recreio e de banal espectáculo edificante.Ao se afastar do sagrado a relevância da arte entra assim em acelerado declínio, porque a obra de arte deixou de ter préstimo, abdica de despertar o intelecto e isso é a grande desilusão?O materialismo impera, e encerra-nos no quotidiano da sua lógica absurda: - comprar coisas que não necessitamos, com dinheiro emprestado que não temos, para impressionar pessoas que não interessam? O dinheiro é o novo senhor único que não tolera nenhum outro, e nesta admirável Ordem Nova, Deus tem que estar morto. Parece que os vendilhões cumpriram a paródia secreta, a vingança por terem sido expulsos por Jesus. Apenas à sua luz poderemos começar a trabalhar na teoria de reconciliação entre as forças afirmativas do Cristianismo e a sua expressão artística.



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