Não se sabe qual é o nome do anjo, ou ser misterioso que esperava na soleira da porta, crê-se que porque apagou a sua identidade, pois deve pertencer à raça dos 2.2, a única que inclui humanos, anjos e outros. São aqueles para quem a sua missão é a sua identidade e a sua identidade é a sua missão. Abdicaram da memória e vivem num radioso e eterno presente, onde a vontade se fundiu com o amor.
Crê-se que ele, como os outros 2.2, não tem nome, mas tem um código de letras e números que se vai iluminando à medida que a sua missão se vai revelando ou cumprindo. Quando a última letra ou número se alumia, ele é chamado à base e deixa de se manifestar na realidade onde aparecera. A base é um centro de consciência universal, um ponto unidimensional a que alguns chamam Deus.
Esta raça dos 2.2 é muito usada em períodos de transição de planetas e galáxias para estádios superiores. São tarefas de muita precisão. De convergência e alinhamento de muitos factores de ordens e frequências muito diversas. Implicam uma colheita, a que chamam síntese cultural, em que se aproveita e sintetiza o melhor que esse sistema produziu nesse ciclo.
Murmura-se que esse ser ou anjo foi mandado directamente da Fonte. Por fora das linhas de hierarquia e das transições habituais e fora também dos convénios que regem as esferas de influência reconhecidas. É somente mencionado de forma neutra nalgumas negociações em curso.
Ele aparece onde e quando a falsidade impera. É o anjo, ou avatar — terrível e implacável, mas também amoroso — dos últimos tempos. Quando as trevas se adensaram demais e o Altíssimo julgou acertado o recomeçar do jogo.
Hoje em dia, na Terra, ele é invocado às escondidas em conventículos e ermos discretos. Mas já há guerreiros destemidos que acendem fogueiras no cimo dos montes, ou que viajam espalhando os pressentimentos da sua chegada. Uma grande e lenta estrela cadente anunciará a sua aproximação.
Um dos sinais da sua chegada serão pequenos tremores de terra contínuos e simultâneos em várias partes do planeta. Alguns dizem que a irrupção desse ser neste plano ocorrerá num momento astrológico de grandes conjunções e quadraturas. Quando a situação se tornar impossível. Quando a coabitação dos justos com os perversos já não for mais viável no mesmo espaço cósmico, na mesma linha de tempo.
É um anjo que separa as águas. Das suas sentenças não há recurso, excepto para a misericórdia divina.
Diz-se que esse momento está inscrito na matriz desde os inícios dos tempos. A matriz sabe que ocorrerá umasingularidade, onde as velhas leis de funcionamento da realidade caducarão. Sente que esse evento de horizonte a transformará em matriz divina. Já viu que a Terra se tornará um planeta sagrado, um ponto de encontro para todo o universo.
O canal de luz, que permitirá a chegada desse ser através da rede electromagnética da matriz, ainda não foi finalizado. Há muita obstrução, de imagens e falsos espelhos, que distraem. Contudo, ao mesmo tempo que foram apertadas as tenazes materiais e temporais da matriz, foi também permitido um grande influxo de clarificação, de luz, graça e amor.
Sabe-se que haverá uma grande festa de celebração em Zion, quando terminar a provação e se der a chegada do planeta Terra ao outro lado do buraco negro que está a atravessar. Em Zion celebrarão aqueles que o amor motive…
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