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O ENVIADO DO ABSOLUTO

  • João Motta
  • 31 de mai. de 2019
  • 1 min de leitura

Imóvel, esperava na soleira da porta.

Três vezes a pergunta soou, mas eles não quiseram ouvir. Descascaram antes as palavras e descobriram-nas ocas.

O enviado declarou que só a abertura da porta bastaria. Mas eles diziam… que estava fechada por fora.

Viram que o mensageiro, quando de perfil, revelava asas. Mas disseram que não, que já não havia…

Chamaram os vizinhos e disseram: — Não somos nós aqueles que sempre haveis conhecido?

Os vizinhos viram serpentes resvalar pelas paredes húmidas, mas não disseram nada.

Ao despertar da aurora, a casa estava vazia. Só um buraco no telhado revelava o precipitado da sua fuga





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