Publicado : 2013-3-8
Para cada lugar e para cada momento há uma música.
Ela pode ser inaudível ou invisível mas está lá. Não há encontro de tempo com espaço que não produza ou seja regido por uma música.
Ela está lá. E, quando um número suficiente de pessoas a sentem ou acedem a ela e a reclamam, aparece um compositor, um músico que a traz á luz do dia.
Tudo o que se vê pode ser expresso e sentido como música e toda a música audível se pode ver.
Claro que cada um a vê á sua maneira, não é geral nem objectivo, nem se vê o mesmo quando se escuta de novo a mesma música.
No fundo, a música é o pano de fundo deste Jogo Terra.
É uma forma diferente de o ver e jogar. Ligada ao amor.
Ela está infinitamente mais perto da realidade e da verdade que o pensamento, que é um tamanco, uma aproximação, uma traição.
Essa música é interior. Interior no sentido de que nós somos o campo em que ela ocorre. Nós somos a consciência e a música está dentro de nós. A música dá formas á consciência. A música é o sonho da consciência.
Na verdade, não se pode separar música de imagem nem de dansa. São a mesma coisa. Não que a dansa dependa de uma música audível. A dansa é a expressão corporal da música interior. Se estivermos um pouco de tempo parados e em silêncio, o corpo começa-se a sentir levado pela música interior.
Na realidade, o corpo é dansado. A música interior, emocional ou espiritual, anima as células e os átomos. Até parado se pode estar a dansar.
Se virmos bem á nossa volta, não são só as pessoas que dansam. Os próprios objectos, se os libertarmos do espartilho do enfoque racional, começam a mostrar os seus subtis movimentos, a sua presença quieta mas vibrante, as ondas de luz que reflectem. Todo o ser é música e dansa. Nada é inanimado. Tenhamos humildade e paciência e as coisas revelam-se.
A Poesia está na rua.
Tags: #EnsaioSíntese #Cultural
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