Publicado : 2011-10-15
O nosso Movimento, por ser ao mesmo tempo espiritual e político é uma novidade que ainda não tem nicho no mercado. As pessoas do mundo da consciência acham que a nossa vertente social, económica e política é uma perda de tempo, dizem que o caminho é individual e assustam-se com grupos e movimentos onde receiam perder a sua sacrossanta individualidade, que tanto custou a ganhar; dizem também que as massas não querem acordar. Os políticos e activistas sociais acham que o espírito e a consciência não existem e recusam a espiritualização da política, que lhes cheira a teocracia.
Sabemos que remamos contra este consenso que se instalou na dualidade. Há cinco séculos que o espírito se separou da matéria e -como as pessoas não se interessam por Física Quântica - poucos sabem que é o observador que, ao transformar a onda em partícula atómica, vai criando a sua realidade?
Contudo, tal como as pessoas das comunidades de Damanhur ou Tamera, nós achamos que o espírito está na matéria, e, tal como Andrew Cohen acreditamos na consciência evolucionária. Só através de grupos sociais, pequenos ou grandes, mas conscientes, amorosos e solidários, se pode ajudar á evolução da humanidade e eventualmente, fazer História.
Sabemos que o trabalhar o nosso ego -que os activistas esquecem e por isso se queimam cedo, para depois se transformarem em defensores acérrimos do status quo ? tem que ser acompanhado por um compromisso de partilhar a paz que emanamos. Não nos podemos separar nem isolar da sociedade em que vivemos, pois nós próprios sabemos quão real é o sofrimento das pessoas.
O desafio que a nossa época nos coloca é o de como devolver á humanidade o direito de ser responsável pela sua vida, o direito de criarmos e gerirmos a nossa realidade, o direito de explorarmos e reconhecermos a nossa identidade mais profunda. Só esse aprofundar de consciência poderá permitir, de forma duradoura, o aprofundar da democracia.
Acreditamos que cada ser deve poder escolher ou criar a mensagem ou maneira de ver o mundo com que mais se identifica. E depois, assumi-la. Entregar-se a tornar esse sonho uma realidade. Essa é a utopia concreta, aquela que atrairá outros para a compartilharem. Essa é a semente de uma nova cultura que venha de dentro para fora. Essa é a energia, a onda, que está a emergir e a atravessar este planeta.
Todas as diversidades são válidas no Uno que assume o seu papel na História. As várias abordagens sectoriais e parcelares da realidade e dos grupos sociais estão perante um desafio: Ou continuam separadas e serão trituradas e digeridas pelo bulldozer monolítico da cultura materialista e capitalista neo liberal.
Ou saberão criar plataformas e coordenações que, ao buscar o menor e o maior denominador comum, lhes permitam juntar-se sob a bandeira da convergência e da unidade. Pois só essa convergência terá uma proposta representativa, coerente e completa que se possa apresentar como uma alternativa ao sistema.
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